segunda-feira, fevereiro 26, 2007

As cores da vida

Ora muito boa noite!
Parece que reabrir este meu mundo à janela é uma tarefa complicada. =/

Para tentar suavizar o meu erro vou-vos confessar uma coisa: Este é o meu mais recente blog: http://ascoresdemadalena.blogspot.com/ é aqui que eu ando desde Julho de 2006, ou seja, praticamente desde que eu deixei de escrever no mundo à janela.

Pronto, agora sinto-me melhor lol
Deixo de fazer das cores da vida um blog 'secreto' e vocês, os que por aqui passarem, podem acrescentar mais um sítio por onde poderão passar e continuar-me a ler. Há muito material novo, por lá. Divirtam-se.

Um dia, eu voltarei a este Mundo.
Mas agora a minha casa prioritária é mesmo esta http://ascoresdemadalena.blogspot.com/ (podem carregar no título para irem lá ter mais rapidamente)

Beijinhos,
Sara

quinta-feira, janeiro 11, 2007

5, 4, 3, 2, 1, 0! Pum!

A contagem decrescente pode começar a ser feita!
O mundo à janela reabre nos próximos dias. Estejam atentos.
É bem capaz que o aspecto do blog se mantenha, pois, apesar das tentativas de querer renová-lo, custa separar-me desta sua imagem a que eu já me habituei.

Um beijo a todos,
obrigada pela eterna paciência e até já.

Sara M.

segunda-feira, julho 03, 2006

2º aniversário

Embora o blog tenha sido criado no primeiro dia do mês de Julho, o primeiro post foi colocado a 2 de Julho! Ou seja, o meu e o vosso mundo à janela fez ontem 2 aninhos!
Da minha parte, agradeço a todos que por aqui continuam a passar, mesmo que o façam de forma silenciosa. A verdade é que o mundo à janela já conta com 65497 visitas e isso devo-o a vós! :)

Está na hora de fazer uma pausa! O mundo à janela, precisa de uma dedicação que eu, actualmente, não lhe consigo proporcionar... Digamos que está de férias por tempo indeterminado... Por isso, fiquem bem e continuem a fazer deste meu mundo, o vosso...!
Um beijo e até ao próximo post, lol

segunda-feira, junho 26, 2006

Olhos verdes

Com o calor do meu corpo
Transpiro sentimentos
absorvo desejos
e recolho o som dos teus beijos

Enfeitiçada com o verde dos campos,
das árvores e do teu canto
roubo-te os olhos
para os colocar no meu peito

Assim, com os teus olhos verdes junto a mim
ver-te-ei a toda hora
e, por ti, me apaixonarei
todos os dias até ao fim


14 de Maio de 2006

quarta-feira, junho 21, 2006

À minha maneira

Embalo-te no meu ninho,
No meu corpo de sedução
Beijo-te em segredo
Para te destruir o coração

E, sem jeito, sem querer,
Amas-me, sem saber.
Agarras-me e colas-me a ti
E esquecendo-nos do mundo
Viveremos sempre assim

sábado, junho 17, 2006

Parabéns a mim!

Quarta-feira, às 15h45m do dia 17 de Junho de 1987, nasce uma menina com 2 kg 730 g e 47 cm em que a sua voz se fez ouvir aos 7 segundos.











Foto de ontem, no Maxime

Pus aqui apenas algumas fotos, mas o risco de colocar os "7330" álbuns foi grande lol – há fotos de partir o coração, mas como estava acompanhada não as coloquei, ficam, por isso, estas e já chegam ;)

E parabéns a mim que hoje faço 19 anos! :)

Em tom de curiosidade: aos 3 anos pesava 12 kg xD

quarta-feira, junho 14, 2006

Mãos

Foram as minhas mãos que me enganaram
Que escreveram o teu nome sem eu querer
Desenharam-te ao pormenor
E me fizeram sofrer

Acreditava que me eras indiferente
Julgava-me livre de ti
E, agora, pelas minhas mãos,
Sei que não consigo viver assim, sem ti.

E, nesta mágica noite,
Acordei e vi que estavas caído em mim,
Sobre as minhas mãos,
Delicadas, femininas – mãos de mulher,
Adormeceste e para sempre assim permaneceste.

segunda-feira, junho 12, 2006

Imaginário

Passo a passo
Explorando um caminho inexistente,
Uma praia deserta e um corpo inacabado

Construo miragens para te poder sentir,
Faço esboços para te construir
E, aos poucos, já quase formado
Junto o meu corpo ao teu
E, em mim, ficas congelado.

Abarco a areia molhada,
Daquela praia já esquecida
E, descalços, vamos sentido aquele calor
Que nos entra pelo corpo
E ataca todo o nosso amor

E, por este caminho inexistente,
Esquecendo a realidade,
Seguimos de mãos dadas até ao fim

sábado, junho 10, 2006

Continuar amar

Adormeço nesta melancolia
E, de tanto amor, me perco
E, de tanta loucura, me mato

Deixo que a chuva me apague o corpo
E que me limpe deste sangue
Que me enche a alma de um nada que é tão pouco

E, já morta, vagueio sobre o teu olhar
Incumbida para não te deixar perder
Uso a arte do sentir para te continuar amar
E, assim, vou voando sobre o teu ser

quinta-feira, junho 08, 2006

E porque um dia só tem 24 horas...

Peço imensa desculpa por toda esta ausência, mas tenho estado extremamente ocupada e sem tempo nenhum para nada.
Ainda por cima, agora, vêm os exames…

Ai eu..! Apfum!

Em todo o caso, a ver se este fim-de-semana consigo postar! :)
Beijinhos e fiquem bem*

terça-feira, maio 23, 2006

Doce Primavera

Aproveito esta doce Primavera para correr por entre os campos, para sorrir e me deslumbrar sempre que te vir e, como se fosse a primeira vez, me apaixonar por ti. Vou
caminhar pelo teu corpo e conhecê-lo como se fosse o meu; vou colorir-te até sentir-te completamente feliz. Vou oferecer-te tudo o que há em mim. Não me interessa se me dispo de amor, de sonhos, desejos e de valores, o que interessa é que me dispo para depois te poder vestir à minha maneira; para te olhar e ver que dentro de ti existe tudo o que, um dia, houve em mim. Quero que sejamos um só para todo o sempre, que nos completemos e que a chama de um faça enaltecer a chama do outro até que os nossos corpos ardam de tanto Amor.
Enquanto a Primavera durar, quero mergulhar nesse teu olhar que, aos poucos, vai florindo e redescobrindo a vontade de se ser feliz.

Na verdade, quero congelar o tempo de modo que seja sempre Primavera porque te quero amar todos os dias.

domingo, maio 21, 2006

Dias negros

É nestes dias negros que o olhar entristecido se vai despedindo do mundo. O meu corpo, já tão pesado, vai continuando a caminhar porque assim tem que ser. Olho, já com saudade, todos aqueles que um dia, por qualquer motivo, me foram importantes. E, inevitavelmente, as lágrimas vão caindo sobre o meu rosto tornando-o ainda mais delicado e melindroso. Não consigo dizer Adeus com medo de a despedida ser eterna, embora seja esse o meu desejo.
Viver por viver, simplesmente porque, de certa forma, tem que ser. O rosto, já sem expressão, retrata a incerteza de não saber quem sou; de não saber se existo e, se existir, porque é que aqui estou. Calmamente, sem espaço para sentir dor, vou-me despedindo de quem me fez feliz – mesmo que por instantes - e, aos poucos, vou-me afastando de tudo e de todos.
Sem vontade de querer voltar amar; sem vontade de quer voltar a saber o que é viver: sonhar, sorrir, amar, chorar e sofrer; sem vontade de continuar a caminhar na tentativa de encontrar o Sonho que, por mais que se caminhe, se encontra sempre tão distante. E, assim, sem força e sem vontade de querer vencer, aos poucos, vou começando a morrer...

quarta-feira, maio 10, 2006

...

Pelo outro, amei, chorei e sofri; por ti me apaixonei, me enganei e me cansei!

quarta-feira, maio 03, 2006

Mentiras

É tão fácil enganar-te. Sorrio, digo que estou bem e não tremo enquanto falo. Os olhos encobrem esta dor que só a mim me pertence, mas não por muito tempo, só o necessário até tu te afastares de mim. Depois, ainda me sinto pior. Agora, sem o teu apoio, terei que continuar a sofrer sozinha. Só não quero que te preocupes comigo e, além disso, quero acreditar que esta dor seja passageira, que as coisas corram de forma positiva e, assim, sem te alarmar, ficarei, de novo, sossegada e feliz.
A morte assusta-me e muito. Mas até que ela chegue de vez, vou continuar a caminhar de sorriso na face e de olhar reluzente, funcionando, assim, como catalisador à morte. E alegremente vou contagiando os que me rodeiam com as minhas gargalhadas de menina bem-disposta. E, assim, ninguém se apercebe que, aqui dentro, há um coração que anda a sofrer e, ao mesmo tempo, a recalcar esse sofrimento. Por enquanto, vou vivendo na ilusão de que há coisas que jamais nos acontecerão e enquanto a morte não chega, eu sou tão feliz...

{aos poucos, vou aprendendo a valorizar o tempo que, embora escasso, se for bem vivido poderá ser o melhor...}

sábado, abril 29, 2006

Silêncio



Adormecer e tentar encontrar-te cá dentro. Acreditar que talvez em sonhos tu me possas pertencer e, assim, devolveres-me a vida que, por ti, perdi. Mas a obsessão enlouquece-me e ter-te já não é uma questão de amor, mas sim de sobrevivência. O peso da ilusão é brutal e traz-me diariamente uma dor que me vai consumindo de tal forma que chego a deixar de sentir. Emudeço por completo, para sempre e, sem vontade de me erguer, deixo-me cair num abismo que só a mim me pertence. Deixo, então, que o tempo passe por mim, em troca de poder dormir perpetuamente. Sem dor. Sem o som da tua voz que me mata e me prende incessantemente a ti.

No dia em que o meu silêncio se quebrar será para dizer: Amo-te!

segunda-feira, abril 24, 2006

Falas-me como se a tua vida estivesse perto do fim.
A tua voz, cheia de sobressaltos, mostra-me como a tua dor é sincera e cruel. Os dias vão passando e eu sinto a morte cada vez mais perto. És tu que me fazes crer que ela existe e que, a qualquer momento, te pode invadir de tal forma que não possas resistir.
Também não sei se tu podes ou queres resistir.
Sei que se há amor incondicional é o teu, mas também sei que se há quem não saiba amar, tu és o exemplo disso. Agora acredito que darias a vida por mim; agora sei que, bem ou mal, me amas acima de tudo. Mas agora é tarde e tu, sabendo disso, dizes que me amas a cada minuto que passa. E como choras tão facilmente, como és transparente nos teus sentimentos. Agora e só agora. E eu sofro tanto, tanto com isso. Sentir que te estou a perder para sempre. Ah, e como para sempre é tanto tempo.
Por vezes, necessitaríamos de uma segunda vida para dizermos aquilo que nunca conseguimos dizer; para fazer aquilo que jamais tivemos coragem em fazer; para dar valor àquilo que realmente merece ser valorizado; para amar quem merece ser amado e para não fazer sofrer quem não merece tal dor... Mas, ao que parece, só se magoa quem se ama. E agora, sem me poderes ver, digo-te que as lágrimas deslizam sobre o meu rosto e estas são as piores lágrimas que algum dia poderia deixar cair, porque só sabemos que a morte realmente existe quando bate à porta de quem amamos verdadeiramente e de quem nos é totalmente insubstituível. E, embora por vezes na ausência, foste és(!) Pai que eu não quero e sei que nunca vou perder...

{porque há amores que nem a morte os apagará!}

quarta-feira, abril 19, 2006

Enganos

Trocaria todas as tuas palavras pelo teu olhar; daria a minha alma para saber porque tanto insistes em esconder a tua vida; renegaria o passado, as lembranças e os sorrisos de criança para me refugiar num presente a teu lado. Mas tu pareces interessado neste jogo de mistérios, tão angustiante para mim e tão excitante para ti. Não percebo esse desperdício de palavras que, ditas por ti, são em vão. E eu aqui, sempre aqui, aguentando as tuas fugas e acreditando em todas as tuas justificações. Sabes porquê? Porque me rendi e acabei por me apaixonar por ti. Foi inútil esta tentativa de criar uma barreira capaz de me defender de ti; foi inútil este crer acreditar que nunca mais me iria apaixonar: porque quem ama sofre e eu não queria voltar a sofrer. E foi por mal me amares que caí na teia de quem me soube levar... Aquele ‘alguém’ em quem se acredita e em quem nos deixamos consolar, porque nos sentimos tão sós, porque nos sentimos tão despidos de amor e tão cheios de vazio.

De dia o sol consegue encher-me a vontade de viver, mas à noite acabo sempre rendida nos braços de quem me promete amar, mesmo que eu, ao me entregar, te veja incorporado em mim. Mas, a verdade, é que tu não estás e, assim, sou vencida por quem sabe como me dominar.

sábado, abril 15, 2006

Renascer, sem ti

Caço lágrimas
caço-as por dentro;
Mato desilusões
mato-as sem medo

E em cada verso
dou tudo de mim
esquecendo-me, por momentos,
tudo o que há em ti

Entrego-me, devagar,
a quem me queira amar
Entrego-me, assim,
para voltar a voar

E vagueando dentro de mim
procuro o que em tempos perdi
e escutando o som da minha voz
renasço para viver desta vez sem ti

terça-feira, abril 11, 2006

Eu

Onde estarei?
Perdi-me em tempos
e ainda não me encontrei

O olhar,
sem fundo, sem cor, sem jeito,
foi-me talentosamente roubado
no dia em que te deitaste no meu peito

As muralhas de protecção
foram quebradas quando tu,
sábio e maldito,
pegaste na minha mão

E o corpo de Cinderela,
os cabelos de princesa
e o meu doce coração?
Onde estão?

Tudo se esmoreceu e,
sem perdão,
me castigo por te ter conhecido
e, assim, ter perdido para sempre
o melhor que havia comigo: o meu Eu

sábado, abril 08, 2006

Lágrimas

_ Amo-te!

Foi a última palavra que disse a Sofia antes de abandonar. Ela, feliz, respondera-lhe somente com um beijo e, como se enfeitiçados, acabaram por adormecer, os dois, no mesmo leito.
Assim que o dia nasceu, Sofia, de olhar reluzente, ia acordando lentamente e procurando o corpo daquele que a tinha feito tão feliz na noite anterior. Mas, naquela cama grande e cheia de segredos, encontrara-se só. Ainda olhou em volta, na tentativa de o ver, mas ele não estava. Telefonou-lhe, mas ele não atendeu. E, no meio de tantas juras de amor, ele tinha, de vez, desaparecido da sua vida. Ela, engolindo em seco, pensou que já não era a primeira vez que ele lhe prometia amor eterno e, em seguida, a deixava completamente só, sem qualquer notícia e, dias, semanas ou até meses depois, ele voltava. Assim, terrivelmente apaixonada, acreditava que Guilherme voltaria, uma vez mais, até si. Mas, protegendo-se em esperanças, os anos foram passando e Guilherme nunca mais voltou. Aos poucos, Sofia, ia tornando-se numa mulher sem vontade de amar e, aparentemente, com uma grande vontade de sofrer.

Sabe-se que Sofia continua viva, mas o final desta história só ela saberá...

quinta-feira, abril 06, 2006

Beco




1980                                       1992

Beco

Era de noite, lembro-me bem
Como se fosse agora e aqui
O frio cortava como navalha
E a malta muda e sem se mexer
Como as pedras da calçada
Tinhamos vindo ainda há pouco
Da casa do João na avenida
Tudo bem alto, ninguém sonhava então
Que ia entrar num beco sem saída

Ele era meu amigo desde os dias de escola
Gostava de brincar comigo aos índios e aos cowboys
E eu sonhava poder vir a ser a sua companheira
Mas o meu herói quis outra heroína
O meu herói quis outra heroína

Estava deitado sobre o meu colo
Como Jesus ao colo de Maria
Fechou os olhos e eu tive medo
De o perder naquela noite fria
A morte veio, e sem dizer nada
Ele partiu com ela na montada
E eu fiquei rouca de gritar por dentro
Mas já de nada serviu o lamento

Ele era tão bonito e tocava viola
No grupo lá do bairro que ensaiava na garagem do Zé
A gente costumava ir juntos ver o sol nascer na praia
Mas o meu herói quis outra heroína
O meu herói quis outra heroína


(Letra e música de Luís Pedro Fonseca)
Lena d'Água, Terra Prometida, 1986

segunda-feira, abril 03, 2006

Tédio

Uso tons claros e harmoniosos para ver se, assim, as minhas palavras tendem em ressuscitar. Mas não resulta. As palavras, ditas ou escritas, teimam em não me agradar. E, por isso, temo em utilizá-las.
Têm sido tão cruéis!
Reservo-me na linguagem para não ter que, por algum motivo, me desculpar. Na escrita só me resta a dor de uma solidão que nem as palavras se querem sujeitar. Sendo assim, abandonam-me de vez e partem para o coração de quem sabe o que quer escrever, porque sabe aquilo que, embora timidamente, quer dizer.
Sem jeito, faço transparecer um sorriso na ilusão de poder voltar a manobrar todo aquele vocábulo que me enchia a alma por ser, sem eu querer, um espelho do meu ser.

quinta-feira, março 30, 2006

Sina

Prometeste que eu nunca mais ia sofrer
e agora como doi essa tua falsa promessa,
este meu sempre acreditar
e esse teu jeito permanente em falhar

Quero-te longe
porque sempre que entras dentro de mim
me magoas de tal forma
que me fazes regressar,
uma vez mais, até ao fim

Finjo com palavras o que sinto
quero que saibas que assim,
sem ti,
saudavelmente eu vivo

Só não me peças perdão
porque te amo demais
para te deixar assim
voar para longe de mim

quarta-feira, março 29, 2006

Hoje, se pudesse, mudaria o meu coração para bem longe de ti.
Fingia-me de estátua todas as vezes que passasses por mim; regaria o tempo com as lágrimas caídas e voaria pelo mundo, sem fim.

Hoje, seria só assim, cantar e abraçar quem me quisesse amar.

segunda-feira, março 27, 2006

Acreditei em ti. Confiei nas tuas palavras e agora vês-me aqui: a destruir-me aos poucos. Não te julgava eterno, porque aprendi que tudo o que é bom não dura para sempre. Mas, confesso, que também não te imaginava tão volátil. Agora, só me resta continuar a caminhar e, talvez um dia, quem sabe, tu possas voltar e eu, se me apetecer, te desculpar.

Até lá, não penses que vou esperar por ti porque, com o tempo, aprendi que a minha vida não depende só de ti.

quinta-feira, março 23, 2006

Eterna dor

Há tanto tempo sem ti
Que já carrego uma dor que não a minha
Trago-a no peito, assim, sofrida
Trago-a para não ser esquecida

Quero recordá-la todos os dias
Quero senti-la a toda a hora
Quero saber o que sofri
Para não mais me sentir assim

segunda-feira, março 20, 2006

Tão só

Matas a saudade assim:
Sem palavras, sem mim.
Destróis, sem eu saber,
Os beijos que me fizeram renascer

O tempo, escasso, vai passando
Tu vais vivendo, feliz,
E eu, só eu, os nossos sorrisos
Recordando

E, agora, tão só
Abandonada me deito
E, assim, adormeço esquecendo-me
De ti e do teu jeito

sábado, março 18, 2006

o teu mar

Velejar no sentido do teu olhar
Ser fiel às palavras
E, a ti, me entregar

Redescobrir-te num pedaço de luz
Saber que não és eterno mas, mesmo assim,
Agradecer a quem, a ti, me conduz

Olhar-te profundamente
Beijar-te e, depois,
Sorrir timidamente

quarta-feira, março 15, 2006

Irrita-me esse teu amor instável; essa tua vontade em quereres ter o mundo para, pouco depois, nada quereres.
Dizes, vezes sem conta, que me amas e, logo em seguida, caio no esquecimento. Não te quero, assim. Quero poder sentir-me segura quando aninhada nos teus braços; quero poder acreditar em cada palavra tua; quero amar-te assim como amo e saber que este é um amor feliz.
Sabes que me encanta esse teu jeito de herói, esse teu olhar tão límpido que transparece precisamente o galã que tu és. E, por isso, incomoda-me que tu sejas, por vezes, tão merecedor do meu amor, mas, por outras, um puro traidor.

Sabes que te amo, mas também sabes que não irei sofrer por isso.

segunda-feira, março 13, 2006

Escorregar para dentro de ti. Explorar-te. Adoçar-te com o meu olhar que se prende fixamente no teu rosto. Conhecer todas as gotas que preenchem o teu oceano. Deslumbra-te ao pormenor. Apaixonar-me por ti, amar-te e depois fugir.

quinta-feira, março 09, 2006

O amor...

O amor corrói as palavras. Fá-las desaparecer... E, assim, nada de intenso e interessante para se escrever!

quarta-feira, março 01, 2006

Doce paixão

Descobrir-te silenciosamente. Conhecer cada gesto teu e cada lugar do teu corpo. Amar-te eternamente.
Entregar-me vivamente ao sabor quente desta paixão. Proteger-me com os teus beijos e sorrir por te ter aqui, junto a mim.
Abraçar todas as tuas palavras para que não se percam no esquecimento e deixar toda esta doce sensação fluir até eu me aperceber que, pela primeira vez, a minha vida não decorre durante um sonho e eu, eu gosto de ti.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

A Ana do blogantes, assim como o xung do pano do pó e a Mariana d' a minha praia pediram para que respondesse a este teste (mais um) e pronto, tardou mas não falhou... Aqui vai, então:

5 traços de personalidade:

- Mau feitio
- Teimosa
- Chata
- Muito, muito emotiva
- Contraditória

5 hábitos estranhos:

(eu não acho que sejam estranhos, mas são os meus hábitos lol)

- Roer as unhas
- Assim que chego a casa a primeira coisa que faço é ligar o computador mesmo que nem o vá utilizar. E sempre que estou no computador tenho que ter a TV ligada, mesmo que esteja sem som.
- Tomar looooongos banhos
- Nunca comer tudo o que está no prato, mesmo que seja pouco há sempre algo que tem que ficar
- Cantar em plena praça publica ( Oh Ana Júúúliaaaaaaaaaaaaaaaaa :D )

E pronto, já está! Irra, que isto é difícil, ainda por cima porque sei que mal vá publicar isto vão-me surgir mil e um hábitos estranhos (por exemplo, acabou de surgir mais um: aos 5 anos aprendi a dar um 'grito' (considerado estranho, sim) parecido com um grilo ou com uma máquina de lavar... lindo! - Não dá para exemplificar em palavras, só vendo e ouvindo...)

E desta vez não irei passar este 'teste' a ninguém da blogosfera, quem quiser responder está à vontade ;P

Se...

Se arrancar o coração
Talvez não sofra mais
Talvez assim ressuscite
E possa voltar atrás

Se arrancar os olhos
Talvez não chore mais
Talvez possa sorrir
E deixar-te para trás

Se arrancar a alma
Talvez deixe de sofrer
E possa, de vez, morrer

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Não me acordes

Por que me fazes sofrer, assim, tanto? Porquê esse prazer em me enlouqueceres? Gosto tanto de ti. Tanto! E, a cada momento, perco-me em ti. Sem saberes. Deslumbro-te, cá dentro. Em segredo. Só eu e todo este amor. Só eu e o meu sonho de que tu estás sempre presente. Não te esqueço. Não te quero esquecer! Por que haveria eu esquecer alguém que me faz tão bem? Não posso. Não te posso esquecer. Prefiro continuar a viver esta ilusão. Continuar-te a imaginar e sorrir quando me beijas, mesmo sem saberes. Fecho os olhos. Deslumbro esta ilusão que me é perfeita. Não quero acordar. Não quero sofrer, ao saber que tu não estás. Não me digas nada. Não me acordes. E deixa-me aqui, assim, eternamente sonhadora. Feliz, só assim.

sábado, fevereiro 18, 2006

Asas de Madalena

Reabre as asas, Madalena
Dá-lhes vida e cobertura
Voa, espalhando lágrimas de Inverno,
Voa, espalhando as lágrimas tuas.

Conhece o mundo, assim
Voando... Voando...
Sorri! Sorri, pelo menos
Para mim

Espalha beijos e tesouros,
Espalha o mundo infinito,
Espalha todos os teus sonhos,
Mas sê feliz, sem medo,
Sê feliz, Madalena, porque eu
Em ti acredito.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Tudo

Ah, que pobreza de amor
Que pobreza de nada ter
Crescendo sem o teu calor
Vivo, porque me obrigas a viver

Arranca, de vez,
O nada que existe em mim
Arranca-o,
Pois talvez seja melhor assim

Não quero metades,
Nem infinitos
Quero o tudo por inteiro
Apenas quero o possível,
Mas não o quero a meio.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Se ela morresse ninguém daria por isso. Ninguém. O coração, já fraco, vai morrendo, aos poucos. As lágrimas, já tão usadas, vão-lhe corroendo o rosto.
A ideia de fugir parece, a cada minuto que passa, a melhor solução. Fugir para sempre. Recomeçar uma nova vida longe de tudo e de todos; reconstruir-se e criar novos objectivos. Quer fugir antes que o sentimento de frustração se apodere totalmente de si. Começa-se a sentir inútil e incapaz de realizar os sonhos por que tem lutado. Teme em desistir, mas as forças vão-lhe faltando e toda a pressão que a rodeia faz com que caia, cada vez mais, num suplicio de lamento acabando por se sufocar na sua própria dor.
Ou foge ou morre de vez. É fraca e, por isso, não é capaz de morrer. Só lhe resta fugir. Talvez nem isso consiga fazer. É tão fraca. Fraca e verdadeiramente cobarde. Talvez um dia, quando a dor a enlouquecer, ela, já inconsciente, pegue nas suas coisas e fuja em busca da felicidade que, um dia, perdera no tempo.

sábado, fevereiro 04, 2006

Recordações

Riamo-nos comos uns loucos. Lembras-te, João? Era precisamente naquele banco de jardim que fazíamos promessas de amor e que, tão carinhosamente, me beijavas a face.
«Eu lembro-me é do teu cabelo. Solto. A voar sem limites. Era ruivo, cor da doçura.».
Lembras-te?? Oh, o quanto tu gostavas do meu cabelo, com cor, na altura. Beijavas-mo sempre que podias. Lembro-me tão bem.
Bendito seja aquele banco de jardim. Longe de casa, para ninguém nos ver. Todas as manhãs era a mesma história. A princesa desaparecia do seu castelo e o mais nobre príncipe ia ter ao seu encontro, naquele banco de jardim. Tantos foram os beijos trocados e tantos eram os desejos de fuga eterna. Tu nunca quiseste fugir. Preferias lutar para que, um dia, a nossa história de amor pudesse ser vivida sem segredos e que, de tão maravilhosamente bela que era, fosse divulgada. Isso nunca aconteceu e tivemos mesmo que fugir.
«Eu amava-te tanto…!»
Ei, e agora?
«Agora amo-te ainda mais!»
Amar mais que tanto é giro. Eu também te amo assim. Tanto, tanto, tanto.
Éramos tão novos, tão inconscientes, tão felizes. Tenho saudade dessa felicidade. Oh, João! Deixámos tudo para viver um amor que agora faz com que só nos tenhamos a nós. E eu, que adorava dançar no meio da multidão, espalhar o meu sorriso e dar música com as minhas gargalhadas de criança, de menina, de mulher.
Não, não fiques com esse olhar. Eu amo-te e faria tudo de novo. Tu sabes. Apenas tenho saudades daqueles que não me souberam amar e que, por isso, me deixaram fugir. Tenho saudades da minha vida, de ti, de mim, de nós enquanto jovens. Tudo parecia ser tão fácil, tu lembras-te do que me dizias? Eu recordo-te. Dizias que a felicidade iria estar, para sempre, viva dentro dos nossos corações. Eu acreditei. E acredito. Mas dantes não tinha medo e agora tenho. Tive o teu amor, fui feliz e ganhei experiência e agora, ao fim de tantos anos, tenho medo. Medo desta minha velhice. João, promete-me que eu morrerei antes de ti, promete-me.
«Agora é a minha vez, minha eterna jovem princesa, lembras-te do que dizias? Eu recordo-te. Em tom de menina dizias que serias a última a morrer. A última. Tinhas tanto para dar. Davas vida a quem passava. E eu, jovem pateta, ria-me sempre com esses teus gestos e essa tua maneira de ser, tão peculiar. Só tu. Enquanto vivermos quero ver-te sempre feliz. Sempre.»
Oh, João! Um dia temos que voltar àquele banco de jardim, sim? Agora tenho frio. Vamos dormir?! Dorme bem, meu amor.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Fisioterapia

Se algum de vocês, porventura, que por aqui possa passar, precise de fisioterapia – ou saibam de alguém que precise – é favor de ler este post com a devida atenção.

F I S I O T E R A P I A


REABILITAÇÃO EM:

ORTOPEDIA
NEUROLOGIA
REUMATOLOGIA
MEDICINA DESPORTIVA
MEDICINA VASCULAR
PNEUMOLOGIA
PEDIATRIA
Outros


TRATAMENTOS DE:

ELECTROTERAPIA
TERMOTERAPIA
MASSOTERAPIA
CINESIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
DRENAGENS LINFÁTICAS E VENOSAS
TRATAMENTO ANTI STRESS


AVENIDA DA LIBERDADE, LISBOA

INFORMAÇÕES: blogantes@gmail.com

TRATAMENTOS INDIVIDUALIZADOS E PERSONALIZADOS

(Gabinete ou Domiciliários)

20 ANOS DE EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL AO SEU SERVIÇO

terça-feira, janeiro 31, 2006

Livre

Deixa-me aqui, a chorar sozinha. Deixa-me.
Quero beber das minhas lágrimas e secá-las, de vez. Quero amar-me. Quero reaprender a sorrir. Roubaste-me o sorriso de menina feliz, lembras-te? Claro que não.
Não sinto dor, apenas me sinto vazia. Oca, por dentro. Mandei-te embora e, depois disso, nada restou. Vazia. Até a vida me conseguiste roubar. Não te vou perdoar, nunca. Arranco o amor que tenho por ti, e entrego-o todo ao mar. Estou livre. Livre de ti. Livre de todo este amor que me enlouqueceu. Livre para recomeçar a viver, se ainda não for tarde de mais...

domingo, janeiro 29, 2006

Laura

'Laura e Jorge'


*

Há mais de dois anos com o mesmo olhar, com o mesmo sofrer e com o mesmo desejo de te querer. Finalmente, chegou a hora de dizer que este é o fim.


* de joão gil e catarina furtado
para o telefilme a noiva
2000

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Mentiras de amor

Engulo as palavras para não dizer aquilo que sinto. Tens medo de ouvir e eu tenho medo de te magoar. Olho para ti e, pelo teu olhar, vejo-me obrigada a mentir. Minto, para que possas ser feliz. Sem mim. Tens medo de saber que eu te amo. Que ainda te amo. Que te amarei. Sempre.
Sorris, como se um "eu não te amo" fosse bonito. És tão mau. Gostas de mim e mentes também. Não queres amar. Não percebo. Não queres amar e não mo deixas fazer, por ti. Quem ama são os loucos, dizes. Só os terrivelmente românticos, histéricos e melancólicos é que sabem amar, e são felizes.

Tens 39 anos. Amas e não sabes amar. Não queres sofrer.
Quem ama, sofre! E, um dia, acaba sempre por morrer desse amor. Eu não te amo, porque eu não quero ficar sem ti. – Dizes isto sempre que o nosso olhar se cruza e nós quase que acabamos envolvidos nos braços dum do outro. Sem mistérios. Com medo. Paramos aqui. Não, não gosto de ti. Só um bocadinho. E, assim, contigo, aprendi a mentir. Minto.
Minto para fingir que não te amo.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Mais uma 'corrente'... (PP)

A linda da Atlantys fez o favor de me propor este desafio e lá está, eu aceitei.

Há 10 anos...
1. Tinha eu 8 aninhos
2. Estava na 3ª Classe
3. Era tão querida e fofa e tudi e tudi :D

Há 5 anos...
1. ... Continuava a ser querida, fofa e tudi e tudi.
2. Tive a minha primeira desilusão, no campo da amizade – Ui! Foi forte.
3. Era tão feliz...

Há 2 anos...
1. Trouxe para casa um eterno amigo – o Júnior, o meu dálmata mailindo e maimaluco. ;D
2. Tinha os mesmos objectivos que tenho hoje.
3. ... Nunca pensava em estar, hoje, a responder a este teste – enviado pela Atlantys . Má. Apfum. lol


Há 1 ano...
1. Cheguei à idade que sempre achei ser a mais bonita. (Palermices)
2. Escorreram-me muitas lágrimas...
3. Comecei-me a cansar com muita coisa. E comecei a exigir menos das pessoas...

Ontem...
1. Estreei-me nestas coisas dos votos. E foi bom. lol
2. Estudei... Estudei...
3. Acabei de ler "O amor é fodido", de Miguel Esteves Cardoso.

Hoje...
1. Acordei e entreguei-me à minha vida, mais uma vez, mais um dia.
2. Fartei-me de espirrar (ai eu!).
3. Recomecei a ler "O amor é fodido", de Miguel Esteves Cardoso. (Aliás, desde que comprei o livro, já voltei várias vezes ao início. É giro :D )

Amanhã...
1. Faz dois anos que te conheci e que, pela primeira vez, te pude tocar.
2. O mais é certo é continuar apaixonada...
3. Espero que o dia me corra bem. E que tenha BOAS surpresas [notícias].

Cinco coisas sem as quais não consigo viver:
Não consigo viver sem:
1. Sem aqueles que me são importantes.
2. Sem saber que há pessoas que gostam de mim.
3. Sem me sentir realizada, quer profissionalmente, quer pessoalmente.
4. Sem amor.
5. Sem sentir que sou verdadeiramente Feliz.

Cinco coisas que compraria com 1000 euros:
1. Mas 1000 € dá para quê?! Comprava livros...
2. Roupa...
3. Coisas para oferecer àqueles de quem gosto.
4. Canetas, tintas e todo o tipo de material típico de Desenho – que há muito que não compro e, a bem dizer, há muito que não pego num pincel.
5. Na verdade, eu guardava era o dinheirinho. (Eu cá sou muito poupadinha :D )

Cinco maus hábitos que tenho:
1. Ter muito, mas muito mau feitio (isso é um hábito?).
2. Sonhar muito...
3. Ser muito contraditória.
4. Coro, sorrio, 'parto-me' a rir à gargalhada, e choro com muita facilidade. Ou seja, o meu rosto é o espalho daquilo que eu estou a sentir.
5. Ser teimosa. E muito preguiçosa, às vezes.

Três coisas que me metem medo:
1. Perder aqueles que me são importantes (seja pela morte física, ou por outra coisa qualquer).
2. Morrer sem fazer tudo aquilo que sempre sonhei – sonho - fazer.
3. A guerra e tudo o que possa causar sofrimento.

Três coisas que tenho vestidas:
1. Ténis pretos (mas daqui a nada serão as pantufas, lol).
2. Umas calças à miúda maluca xD.
3. Uma T-Shirt rosa. Sim, porque eu sou uma pessoa de muitos calores.

Três coisas que quero mesmo muito neste instante:
1. Quero concretizar o meu objectivo actual.
2. Ser Feliz.
3. Apaixonar-me pela pessoa "certa" (Na verdade, nem é isso que eu propriamente quero, mas para além do 1º e 2º ponto (este último que já inclui tudo aquilo que eu possa querer), não sei mais o que possa por aqui.)

Três lugares que gostava de visitar:
1. Veneza.
2. Brasil.
3. Paris (...) – poderia continuar :)


As pessoas que eu gostaria que respondessem a este teste são: A Jow, a Ana, a Laurinha, a Di, a Lique, a Mar, o Neo, o Borditas e o Almaro ... :)

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Pobre coração, o meu

Mais uma vez
Chorei por ti.
Hoje neguei quem me quis amar,
Porque me lembrei de ti.

Foste cruel, sabes?
Não me amas,
Mas também não me
Deixas ser amada.

És mau. Egoísta!
E o pior é que tu sabes
Que eu gosto de ti
Assim.

Porque não vais embora,
De vez?
Porque não sais deste meu coração
Que tanto te ama e tanto sofre por ti?

Ai este amor,
Que parece que, ao nascer,
Não foi destinado
Para, um dia, morrer.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

mágoa

Sofro por não saberes quem sou.
Dói-me esse teu silêncio repentino,
Essa tua vontade, inconsciente, talvez,
Em me magoares.

Sou incompleta, assim.
Nada sou, sem ti.
Não é exagero, não!
Apenas a verdade de que

Ninguém consegue viver assim:
Isolado de quem ama.
Não há isolamento possível
Que consiga resistir ao mais nobre sentimento,

Aquele que eu sempre julguei ser eterno,
Aquele que eu, ingenuamente,
Sempre quis acreditar ser imortal,
Que nada o derrubaria.

Mas, ao que parece,
O Amor é maior e,
quando ele existe,
A Amizade morre aqui!

sábado, janeiro 07, 2006

Efemeridade

anjo efémero

Escuto o silêncio da tua ausência
E sorrio por não mais sofrer.
Beijo a luz que me ilumina
E o tempo que tenho para viver.

Não compreendo esta tendência
De tanto querer,
Não suporto
Este meu jeito de ser.

Porquê amar loucamente e chorar
Por um amor que um dia morrerá?
Tudo tem um fim.
Nada para sempre viverá!

E, de olhos fechados, penso em ti,
Meu anjo, minha alma adormecida.
E perdendo a ansiedade de te ter
Vou vivendo meio a dormir, meio acordada.

Afinal, porquê sofrer se tudo é efémero?


Imagem de S.M.

domingo, janeiro 01, 2006

Passagem de Ano (PP)

31 de Dezembro de 2005

Estou a um passo de entrar no novo ano. O relógio não pára, de facto. Fecho os olhos e concentro-me nas palavras que quero que sejam escritas. As lágrimas, inevitavelmente, escorrem-me pelo rosto, suaves e límpidas. Embora esteja habituada a este misto de sensações, a verdade, porém, é que sempre que a minha mente é invadida por imagens de situações ocorridas em tempos e o meu coração invadido por sentimentos complexos por serem, talvez, tão simples, sinto-me estranha. Lembro-me de todos aqueles de que amo e que, por um motivo ou por outro, me foram, um dia, especiais. Lembro-me de todas as palavras e acções que me marcaram; de todos os sorrisos honestos que me fizeram e de todos os olhares que eu, sem me aperceber, fiz brilhar.

É difícil, às vezes, sentir-me amada. É difícil, às vezes, acreditar que não estou cá por acaso e que há quem me queira e que há quem me ache indispensável. É difícil. Mas é, para mim, tão fácil amar. Tão fácil sorrir e, também, tão fácil chorar. É tão fácil ser quem sou e tão difícil saber viver.

O meu rosto sereno deixa transparecer toda esta nostalgia, que faz com que as lágrimas caiam de forma lenta e com que as minhas mãos fluam perante este teclado que me foi, um dia, destinado.
Assusta-me a ideia de que o sonho que condicionará a minha vida futura não seja realizado. Tenho medo que isso possa acontecer. E a minha dose de optimismo acaba quando me deparo com a realidade que me aparece de forma dura e, por vezes, cruel. Acredito que os mil sonhos que tenho e que possa vir a ter os realize, mas este desejo actual, o desejo que tem a força de me mostrar o futuro, se disperse na minha capacidade de sonhar e que não passe disso mesmo: um sonho. Um sonho perdido; um sonho que não pode ser adiado, que ou se realiza agora ou jamais se realizará.
Por tudo isto, talvez prefira não fazer promessas nem juras do que será o MEU próximo ano. Aprendi, não só em 2005, mas nos últimos anos que traçar planos para serem cumpridos nem sempre dá certo.

2005. Descrevo este ano, como tendo sido um ano de contradições, ou não seria eu o belo exemplo de pessoa contraditória. A minha vida não começou, nem acabou em 2005. Por isso mesmo, 2005 foi simplesmente o prolongamento de todos os outros anos que já tive o prazer de viver.


1 de Janeiro de 2006

Encontro-me na praia. Faltam vinte minutos para a meia-noite. O céu está muito escuro, mas a noite não está fria. A praia é só minha. Corro e respiro aquele ar que me faz sentir tão bem. Caminho na direcção do mar que está tão longe... Sinto-lhe o cheiro, sinto-lhe a alma e nele consigo encontrar toda a força, toda a calma e todo o amor, para que comece, então, o novo ano abençoada. Deixo que aquelas águas mágicas me envolvam e, assim, no meio daquele mar de sonhos prometo, agora, que farei tudo para ser sempre feliz.

O relógio dá as 12 badalas. Festejo com aqueles que vieram comigo e, em seguida, corro novamente para junto do mar, pedindo os doze desejos a que tenho direito. Não sei bem se foram doze. Tenho a sensação que me faltou algum ou então pedi um a mais. Não sei. Olho para aqueles que estão comigo, sorrio-lhes e viro-me, de novo, para o mar, seguindo a sua trajectória. Fecho os olhos e sorrio com toda a minha força. Os olhos abrem-se como se renascessem para uma nova luta, para uma nova vida.

É no Golfinho que está toda a gente. Decidimos entrar. E... Acho que as palavras morrem aqui. É indescritível a sensação de liberdade ao dançar loucamente no meio de todo aquele ambiente, indescritível, também. Aos poucos os olhares iam-se concentrando em mim que de olhos fechados e com um sorriso encantador continuava a dançar. Só eu e a música. Mais nada existia.

Para recordação fica a ausência da minha voz e a sensação que o corpo está tão pesado. Amanhã passa, assim espero.

O novo ano começou!
Agarrada à Vida começo, agora, a [saber] viver o momento.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Feliz Natal & um óptimo Ano Novo

As minhas mãos,
Frias como esta noite,
Fundem-se com a janela do meu quarto
Enquanto que a chuva, zangada,
Vai escorrendo com toda a sua força
Penetrando-se no meu olhar
Entristecendo-o, ainda mais

Afastando as mãos do vidro
Sopro o vento
Ouço a terra
E agarro a vida
Entrego-ta a ti

A chuva pára
Aliviando a minha dor
E secando as minhas lágrimas
Que me destruíam o rosto
E a alma

Caminho sobre o céu
Que me fará chegar até ti.
Beijo esta noite
Que será para sempre nossa.
Olho-te, em pensamento,
E prometo que te amarei
Para sempre

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Tenham um Feliz Natal & um óptimo Ano Novo, amiguitos :)
E comam muito, comam. Deixem lá, depois recuperam "a forma" no ano seguinte LOl
Beijinhos,
Sara a.k.a AmigaTeatro

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Lago

Como é dolorosa, esta teimosia de sofrer passiva
o drama deste mundo que se queima
em cada monte de ervas verdes!

Dóis-me. Tu não sabes como eu sinto - sempre
esta mania de me convencer de que sofro.
É verdade. Queria-te aqui. Despido de memória.
Mergulhaste neste lago e eu lavei-te a boca e os olhos.
Depois vieste dormir com o coração no meu colo de mãe.
Vem outra vez. E outra. Eu dou-te um filho da natureza. Tu.


in A mar te, Lena d’Água
Imagem do Corpo nº 20
Ulmeiro 1984



O curioso é que eu bem que podia dizer como este poema se encaixa na perfeição na minha pessoa (pelo menos alguns versos)... mas não digo.